quinta-feira, 23 de abril de 2009

Dona Emília

Durmo muito tarde. Acordo invariavelmente atrasada. A porta tem duas fechaduras. Na primeira, duas voltas para a direita. Razoável. Na segunda, cinco voltas para a esquerda. É que, em Belo Horizonte, todas as janelas têm grade.

Minha vizinha, Dona Emília, escuta a sinfonia das chaves. E corre a me contar que gastou meia hora entre a portaria do prédio e a padaria, logo em frente. A sobrinha também gosta de dormir até tarde.

E eu só tenho tempo de dizer:
- Bom dia, Dona Emília...
- É mesmo, Dona Emília?
- Mas não pode, Dona Emília!
- Então tchau, Dona Emília...

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