segunda-feira, 30 de março de 2009

Copacabana me acorda

Copacabana me acordou hoje de madrugada. Não foi a briga dos vizinhos no prédio que me lembra o Maletta. A briga realmente me tirou de um sono tênue, que custou a vir, como sempre foram todas as noites de domingo para segunda.

Mas não. Nelson está doente e grita. A amante/amiga/companheira de quarto, para aplacar a dor do outro, grita ainda mais alto. Ela, claro, na agudez de sua voz feminina, se faz ouvir mais que o pobre. Vizinho do apartamento acima, com toda a sensibilidade e delicadeza, faz uso do cabo de vassoura. E bate na parede errada. Enquanto isso, nossos dois protagonistas concordam em uma coisa: ambos amaldiçoam a maldita doença.

Copacabana me acorda, me deixa alerta. Me tira de uma alienação confortável de vizinhança classe média. Onde mora a tradicional família mineira.

Copacabana me lembra da velhice, da doença, da homossexualidade, da prostituição, do exílio. De todos os apartamentos quarto-e-sala de todos os edifícios de 1950 e de todos os que dormem debaixo de suas marquises. E da solidão de todos nós.

domingo, 29 de março de 2009

Da falta que faz

"O Rio é o lugar onde os mineiros se sentem mais mineiros. Da mesma forma como a psicanálise insiste que entender-se é acertar as contas com a falta que lhe constitui, é no Rio que o mineiro entende, de verdade, a falta de mar que é a nossa essência."

Daqui

sábado, 28 de março de 2009

Castelo de areia

Para quem pergunta onde moro: procure o castelo de areia mais bonito da praia.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Do início

Rio de Janeiro. Rio de Mineiro. Ou de mineira... Rio que tá aqui na esquina, Rio que me escorre pela mão. Rio que agora é meu, mas ainda não. Quero rir neste Rio, rir deste Rio, que ainda ri de mim. Do sotaque, de jóias e trens que escapam, de palavras partidas ao meio e de Ss pouco pronunciados.

Rio de Mineiro para ganhar o Rio. Para fazer dar certo. Para abrir caminhos, para dobrar esquinas, para falar plurais e palavras inteiras. Rio para viver o sol, para viver amor, paixões, saudade. Rio para viver a vida. E começar.