sexta-feira, 25 de setembro de 2009
The beds we wake up in
"For a moment she felt utterly dislocated. She did not know where she was; she was not sure who she was. It is astonishing just how much of what we are can be tied to the beds we wake up in in the morning, and it is astonishing how fragile that can be."
Neil Gaiman - Coraline
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Transitivos
Quase passam sem que eu perceba dias, muitos já. Quem se perde, se acha, vai? Onde até?
Tardes de sol mais sentido fazem com. Casa se enche de. Livros e discos se compartilham com. Pensar, se pensa em. Transitivos verbos são. Mesmo os que, intransigentes, intransitivos querem ser. Viver, pois. Pois é.
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Happily ever after is so once upon a time...
"Um sentimento indefinido foi me tomando ao cair da tarde
Infelizmente era felicidade
Claro que é muito gostoso, claro
Mas claro que eu não acredito
Felicidade assim sem mais nem menos é muito esquisito"
Luiz Tatit
Foto
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Luiz Tatit
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Malentendido
"Aí, o trem explodiu!"
Nó! Que será que aconteceu? Chutaram o pau da barraca? O bicho pegou? Não... Foi só amiga contando para a outra o último capítulo da novela... um transporte ferroviário coletivo que foi pelos ares!!!! Qui faldigraça.
O que me lembra:
Nó! Que será que aconteceu? Chutaram o pau da barraca? O bicho pegou? Não... Foi só amiga contando para a outra o último capítulo da novela... um transporte ferroviário coletivo que foi pelos ares!!!! Qui faldigraça.
O que me lembra:
Para que em mim não emudeças
Espírito de Minas, me visita,
e sobre a confusão desta cidade
onde voz e buzina se confundem,
lança teu claro raio ordenador.
Conserva em mim ao menos a metade
do que fui na nascença e a vida esgarça:
não quero ser um móvel num imóvel,
quero firme e discreto o meu amor,
meu gesto seja sempre natural,
mesmo brusco ou pesado, e só me punja
a saudade da pátria imaginária.
Essa mesma, não muito. Balançando
entre o real e o irreal, quero viver
como é de tua essência e nos segredas,
capaz de dedicar-me em corpo e alma,
sem apego servil ainda o mais brando.
Por vezes, emudeces. Não te sinto
a soprar da azulada serrania
onde galopam sombras e memórias
de gente que, de humilde, era orgulhosa
e fazia da crosta mineral
um solo humano em seu despojamento.
Outras vezes te invocam, mas negando-te,
como se colhe e se espezinha a rosa.
Os que zombam de ti não te conhecem
na força com que, esquivo, te retrais
e mais límpido quedas, como ausente,
quanto mais te penetra a realidade.
Desprendido de imagens que se rompem
a um capricho dos deuses, tu regressas
ao que, fora do tempo, é tempo infindo,
no secreto semblante da verdade.
Espírito mineiro, circunspecto
talvez, mas encerrando uma partícula
de fogo embriagador, que lavra súbito,
e, se cabe, a ser doido nos inclinas:
não me fujas no Rio de Janeiro,
como a nuvem se afasta e a ave se alonga,
mas abre um portulano ante meus olhos
que a teu profundo mar conduza, Minas,
Minas além do som, Minas Gerais.
Oração do Mineiro no Rio de Janeiro - Carlos Drummond de Andrade
Foto: Casarão Santo Antônio - Esmeraldas (MG)
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